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Atraso no reassentamento do gado em Moatize

A empresa Vale Moçambique, no processo de exploração de carvão mineral na cidade de Moatize abriu novas áreas em meados de 2019, tendo sido abrangidas áreas de Chipanga 11 e 25 de Setembro nos arredores da estrada nacional Nº 7.

Como é tradição de Moatize, há muitos residentes que praticam a actividade de pecuária nos seus quintais devido a falta de lugares de pastagem. Entretanto, entre os meses de Outubro e Novembro os animais já não tinham onde comer e nem beber água. A partir daí começaram a morrer um de cada vez.

Os criadores de gado vendo que esta situação estava a afectar a sua fonte de rendimento, decidiram organizar uma comissão para exigir a intervenção da junto da empresa Vale no que concerne a este problema.

A história é narrada pelo Senhor Eduardo Massavula, Adjunto Presidente da Comissão de Criadores.

“Nós, criadores de gado, já não temos lugares de pasto, nem água para os nossos animais. Fomos junto a empresa para reclamar dos nossos direito e eles disseram que devíamo-nos organizar em forma de colectividade para tratarmos deste problema. Assim formamos uma comissão de criadores de gado para liderar o processo. Depois de muitos encontros entre a empresa Vale, Governo do distrital, bem como o município de de Moatize e algumas organizações da sociedade civil, chegou-se a ao acordo de que os animais deveriam ser reassentados.

O governo de Moatize propôs a Comunidade de Catete como zona que reúne boas condições para o efeito. A proposta foi aprovada em Dezembro, tendo se acordado que o processo de reassentamento podia começar entre os meses de Abril e Maio de 2020.

Em Fevereiro houve uma reunião entre a Vale, governo de Moatize, Município e a comissão de criadores, tendo apresentado a proposta do pacote de benefícios entre os quais atribuição do DUAT, construção de uma casa com quarto e sala para o pastor, um curral, bebecor e comedor, e uma cesta básica para um período de seis meses. O pacote foi aprovado por todas as partes.

Agora estamos no fim de Abril e ja não há lugares de pastagem e a VALE não está a pronunciar-se sobre o processo e estamos com receio de que podemos chegar ao mês de Dezembro sem que haja uma solução. Os nossos animais vão morrendo de fome e sede. Contactamos o governo de Moatize e estes também não tem nenhuma informação actualizada sobre o processo.

Delay in cattle resettlment in Moatize

The company Vale Moçambique in Moatize opened new areas in mid-2019 to expand its mining areas. These areas include Chipanga 11 and 25 September in the vicinity of the national road No. 7.

In Moatize there are many residents who practice livestock farming in their backyards due to the lack of grazing areas. Between October and November, animals had nowhere to eat or drink water. Since then, animals began to die one at a time.

The cattle breeders, seeing that this situation was affecting their source of income, they decided to organise a commission to demand the intervention of the company Vale to address this problem.

The story is told by Mr. Eduardo Massavula, Deputy President of the Committee of Cattle Breeders.

Eduardo Massavula

“We cattle breeders no longer have areas for grazing animals. We went to Vale to demand the company to respect our rights and they said that we should organize ourselves collectively in order to discuss the issue with the company. So we created a committee of livestock farmers to lead the process. After many meetings between Vale, the district government, the municipality of Moatize, and some civil society organizations, an agreement was reached that the animals should be resettled.

The Moatize government proposed Catete Community as the area that offers the best conditions for that purpose. The proposal was approved in December 2019, and it was agreed that the resettlement process would start between April and May 2020.

In February, there was another meeting between Vale, the Moatize government, the Municipality, and the breeders’ committee in which it was presented the final proposal for the benefits package. This will include the allocation of the DUAT, construction of a house with a bedroom and living room for the pastor, a corral, and a basic basket for a period of six months. The package was approved by all parties.

Now we are at the end of April and there are no more grazing places and VALE is not pronouncing in regard to this issue. We are afraid that we will reach December without a solution. Our animals are dying of hunger and thirst. We contacted the Moatize government and they don’t have any updated information on the process either.